Com certeza você já deve ter ouvido por aí que "a nova geração não liga muito para o amor" e quando eu digo nova geração eu estou me referindo ao grupo de pessoas que eu faço parte e muito provável que você também. Porém, pulando do imaginário popular sobre o que pessoas da geração Z pensam sobre o amor e mais além, sobre o afeto, podemos nos questionar por qual motivo evitamos estas coisas, ou melhor, fugimos delas.
Não é preciso ir muito longe para você ouvir alguém falar que "não quer namorar" ou que está no "momento de curtir a vida", no entanto, quando se para para descobrir o motivo, não é por que essa pessoa é jovem e precisa curtir a vida, é por que ela ainda está machucada. Por mais que não diga isso. Na verdade, o grande problema é temermos sempre o futuro por culpa de coisas do passado, mas este texto não é sobre medos, pode até ser, mas em suma ele é sobre o que o medo faz: ele nos faz errar para caramba.
Por mais que a grande maioria dos jovens possuam esse receio em se relacionar, de alguma forma, eles ainda se relacionam e é aí que entra a problemática, muitas vezes começa-se a mendigar afeto. Ué, como assim? Talvez você esteja se perguntando. Da mesma forma que em nossa sociedade existem as pessoas que pulam de relacionamento em relacionamento, existem aqueles que pulam de trocas de afetos em trocas de afetos. Para eles não existe nada sério. Porém, eles agem como se fossem. Afinal de contas, eles necessitam do afeto, "necessitam se sentir conectados" para gostar de alguém. E de fato precisamos sim nos conectar com as pessoas que nos relacionamos, mas será que a forma que fazemos isso é saudável?
Eu costumo dizer que um relacionamento precisa ser uma via de mão dupla, eu lhe entrego algo e você me entrega outra coisa em troca e isso vale para tudo, de amizades até ódio gratuito na internet. Mas quando mendiga-se o afeto esta troca não acontece, você apenas espera que o outro lhe dê o afeto e na sua vez de dar afeto, você vai em busca de outra pessoa que lhe dê mais afeto. Afinal de contas, o nosso vício em dopamina não está apenas em viver conectado, ele está em querer tudo ao mesmo tempo, até mesmo na vida fora das telas.
Muito se fala também que não existe uma pessoa ideal ou baseado nos relacionamentos de fachada que os comerciais de margarina mostravam: não existem mais pessoas como antes. E de fato, não existem. Estamos em 2023, não em 1990. Os costumes mudam e as pessoas também. Porém, o problema não está nas pessoas, geralmente ele está em você. Afinal, um relacionamento é uma escolha e essa escolha requer muitas coisas. No fundo, bem lá no fundo, sabemos que estamos perdidos e esse é o grande problema. Não assumimos isso e vivemos como se estivéssemos sabendo o que fazer. Quando na verdade, não sabemos.
Talvez o problema esteja não na nossa geração em si, mas sim na forma como enxergamos o afeto. Gosto de pensar que o afeto é único, de uma pessoa para uma pessoa e que enquanto você tenta mais colecionar e recarregar apenas a sua bateria de afeto, você se perde e isso te destrói. Ou como diz uma música: A sua carência é consequência dos seus erros.
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