Quem nunca se perdeu em lembranças da infância? Corridas que deixam o joelho ralado, passeios com a família, o almoço na casa da vó... Momentos que moldam quem somos. Infelizmente, nem todos somos tão privilegiados. Eu, por exemplo, carrego uma névoa onde deveriam estar as minhas primeiras memórias. São apenas flashes, borrões de um passado distante e confuso. Pode parecer estranho começar assim, mas essa ausência de lembranças me leva a refletir sobre a fragilidade da memória humana. Afinal, o que somos senão um conjunto de memórias? Um dia, seremos apenas fotos amareladas em álbuns de família, nomes em lápides. E aqueles que um dia nos conheceram também se tornarão memórias. É a roda da vida, implacável e irreversível. O último tiro certeiro no alvo. A ideia de que somos passageiros neste mundo, de que um dia seremos esquecidos, pode ser perturbadora. Afinal, vivemos para construir e conquistar sonhos e ainda assim, somos apenas um piscar de olhos na vastidão do tempo. Essa talvez se...